sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O QUE SERIA O MUNDO SEM OS POBRES ?


No hábito de estudo diário das Escrituras, deparei-me com Lucas (6. 20 NTLH) que diz: Felizes são vocês os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês.


Das nove felicitudes citadas por Mateus (escritas aos judeus), Lucas cita quatro aos gregos: Felizes os pobres (6. 20; Mt 5. 3); felizes os que têm fome V. 21a; (Mt 5.6); felizes os que choram V.21b, (Mt 5.4); e felizes os odiados, rejeitados, insultados e os que ouvem toda sorte de males contra si V.22; (Mt 5. 11). Dr. Lucas sabia que para os gregos, isso era o bastante para entenderem o plano divino.

Mas seqüencialmente, o Mestre fala do oposto das felicitudes quando cita: ai dos ricos; ai dos que estão fartos; ai dos que sorri e ai dos que são elogiado. Meu Deus!

Mas quero falar mesmo é sobre os pobres.

E aí, vale a pena ser pobre? Ser pobre é ser feliz, ou ser feliz é ser pobre? O que Jesus quis dizer sobre o assunto? Algum mortal tem o poder de erradicar ou banir a pobreza? Os pobres têm algum valor contextualmente ensinado por Jesus? Como seria o mundo sem os pobres? O que mais pesa na balança divina, quando Jesus fala sobre o pobre e o rico quase no mesmo suspiro: Felizes os pobres e ai de vós os ricos? O que realmente significa a palavra pobre?

Entendo que Jesus estava dizendo simplesmente que ser pobre é a chave de viver bem no reino de Deus. Jesus havia feito esta revelação alguns dias antes, quando entrou na sinagoga e declarou estar cumprindo nele a profecia de Isaías: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo me ungiu para evangelizar os pobres (Is 61. 1; Lc 4.18).

Mas como podemos justificar estas palavras de Jesus dirigindo as boas novas, o Evangelho, só aos pobres? Por que não foi incluído os ricos e a classe média? Então tenho que fazer uma pergunta crucial: O que Jesus queria dizer com a palavra “pobre?”

Achamos uma resposta na conversa de Jesus com os fariseus, citada por Lucas 5. 30-32. Ali, Ele trata dos problemas dos pecadores dos seus dias – as pessoas desonestas em negócios, os bêbados, as prostitutas e outros. Os fariseus perplexos o criticaram. – Se Jesus era líder religioso, por que ele não estava tratando dos assuntos de filosofia, política ou religião com eles, os líderes do judaísmo?

Percebendo os seus olhares, Jesus fez uma simples declaração: Os sãos não precisam de médicos, e, sim, os doentes. Não vim chamar justos, e, sim, pecadores ao arrependimento. Estaria Jesus justificando os fariseus, chamando-os de sãos, e os pecadores de doentes? de maneira alguma. Mas como um doente que recusa reconhecer o seu estado e não consulta um médico, assim também, os fariseus negavam a sua necessidade do Evangelho que Jesus oferece ao pecador. Jesus perdoaria com alegria os pecados de ganância e auto-justificação dos fariseus, mas não podia, eles não eram pobres de espírito. Não admitiam uma dependência do amor de Cristo. Julgavam-se pelos seus próprios padrões, eram justo e não se renderiam ao poder do Evangelho.

Entendo que ser pobre não é ter um saldo bancário irrisório ou alto, modelo de carro que usamos, ter um alto ou baixo padrão de vida, morar em uma manção ou num simples casebre, usarmos roupas e calçados de grife ou não. Não é procurar simpatia, pois simpatia não resolve o problema, no máximo fornece um paliativo temporário. Hoje em dia há muitos que aceitam esta pobre substituição em vez de uma mudança no problema.

Muitos crentes caem em armadilhas. Mesmo sabendo que a sua salvação foi sem merecer, uma vez salvo, sentem que merecem qualquer tipo de intervenção divinas nas suas vidas. Vezes, até apresentam suas credenciais como um prefácio aos seus pedidos: Sou pastor, sou membro da maior igreja evangelica do Brasil, sou profeta, anjos falam comigo, pago meus dízimos, jejuo, oro muito, construo templos, faço grandes eventos e outras exibições. Só que ao fazer isto, se desqualificam para o toque do Senhor; porque Ele, toca somente nos pobres de espírito, naqueles que dependem do seu amor, e não de seus méritos.

Falar que vai banir a pobrez, é se precipitar demais. É só olhar para os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro e em outros estados. É mais alguns pobres!

Ser pobre, no sentido do sermão do monte, é uma atitude do coração. Significa que entregamos nossas necessidades a Deus em oração e dependemos inteiramente do seu amor.

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